As mudanças do clima se configuram como parte dos maiores desafios da humanidade no século XXI, resultado da ação humana em ciclos naturais, principalmente por meio da emissão de gases efeito estufa, os seus efeitos serão sentidos em todas as partes do planeta, em maior ou menor grau. Prevê-se o aumento na ocorrência e na intensidade de eventos climáticos extremos como tempestades, ciclones, inundações, estiagens e ondas de calor, o que contribuirá para a proliferação de doenças, o comprometimento da segurança hídrica, desertificação, mudança das características e da qualidade do solo, perdas significativas da fauna e flora, dentre outros impactos de relevância para a sociedade.
Nesse contexto, os municípios se tornam importantes atores, visto que estas reúnem a maior parte da população mundial e, logicamente, concentram em si as principais interferências para com a estabilidade ambiental. A enorme demanda por energia, transporte e recursos fazem das cidades grandes emissoras de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo que a infraestrutura construída, o desmatamento e a ocupação desordenada podem potencializar os impactos sofridos. Ao mesmo tempo, as cidades fazem parte da causa, e sofrerão demasiadamente as consequências.
Dessa forma, cada vez mais é destacada a necessidade de um planejamento territorial que considere os impactos que as dinâmicas sociais, espaciais, e produtivas podem causar no meio ambiente, e ao mesmo tempo as consequências que nessas dinâmicas podem sofrer em razão dos desequilíbrios dos sistemas socioecológicos. No caso das mudanças climáticas, em outras palavras, o planejamento territorial deve considerar estratégias de mitigação da emissão dos gases efeito estufa, e também de adaptação aos efeitos adversos do clima.
A crise climática acontece em nível global, porém, os impactos são sentidos em nível local, principalmente por municípios que possuem maior vulnerabilidade climática, aumentando a desigualdade socioeconômica e evidenciando problemas nos setores de infraestrutura e saúde. Portanto, faz-se necessário o aumento da resiliência dos municípios, bem como agir como vetor de mudanças, por meio de projetos específicos para governos locais.
Devido aos desafios atuais, a Ferramenta Clima na Prática, produto auxiliar do Plano de Energia e Mudanças Climáticas (PEMC) de Minas Gerais, tem como objetivo apoiar a esfera municipal no gerenciamento do planejamento climático no nível da cidade, funcionando como um guia para municípios no desenvolvimento e implementação de uma política climática ou um plano nos mesmos moldes do plano estadual.
Em outras palavras, a Ferramenta busca ajudar as cidades na elaboração de políticas públicas e ações estratégicas ligadas ao clima em diversos segmentos e setores. Isso é de extrema importância, considerando a transversalidade relacionada ao clima para o planejamento e desenvolvimento urbano sustentável das cidades, que precisam de uma mudança paradigmática no modo de conduzir suas políticas públicas, privilegiando ações de mitigação, para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, e ações de adaptação, de modo que a população sofra menos os efeitos negativos das alterações climáticas.
Sabendo do enorme desafio, a Ferramenta Clima na Prática auxilia o gestor municipal a responder às seguintes perguntas: Como agir para combater os efeitos das mudanças climáticas em minha cidade? Por onde começar? No que devo prestar atenção? Quem pode me ajudar?
Em um guia passo-a-passo, a Ferramenta, elaborada através de uma parceria entre Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e I Care & Consult, com apoio da Réseau Action Climat (RAC) e da ADEME, permite guiar os agentes municipais em Minas Gerais no desenvolvimento de ações e programas nos setores: Estratégia, Urbanismo e Ambiente Construído, Agropecuária, Cobertura Vegetal Nativa, Participação e Cooperação, Gestão e Produção de Energia, Gestão de Riscos e Mobilidade.
Acesse a Ferramenta Clima na Prática
