Minas Gerais atrai empresas de alta tecnologia nas áreas de Defesa e Produtos Aeronáuticos
Itajubá, no Sul de Minas, é um dos maiores polos de fabricação de helicópteros do mundo e o APL de asas rotativas já fatura cerca de R$ 1 bilhão por ano
Publicado: 19/12/2022 16:51
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A cidade de Itajubá, no Sul de Minas, já é reconhecido internacionalmente como um polo na fabricação de helicópteros. Mas ela quer e pode mais. Para 2023, está com grandes expectativas de crescimento do Arranjo Produtivo Local (APL) de Asas Rotativas e de Defesa, que já reúne 44 instituições e empresas, somando mais de 5.000 funcionários e faturando cerca de R$ 1 bilhão por ano. Os esforços para atração de mais empresas para a região contam com o apoio do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e da Invest Minas.

 O APL é um conjunto de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Em Minas, 50 arranjos estão presentes em 243 municípios e reúnem 32 mil empresas que geram 144 mil empregos diretos.

 O APL de Asas Rotativas e de Defesa de Itajubá foi reconhecido pelo Governo de Minas em março de 2022, e reúne empresas como a Helibras, líder mundial na fabricação de helicópteros; a Imbel, estatal brasileira fabricante de armamentos portáteis, e a Aerotron, premiada como a melhor fornecedora da Embraer na área de defesa em 2021, além de instituições como a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e o Laboratório Nacional de Astrofísica do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

 “Antes do APL, muitos gestores de negócios de um mesmo setor nem se conheciam”, conta o sócio-fundador da Aerotron, Carlos Câmara. Aberta em 1999, a empresa atua na prestação de serviços nas áreas de engenharia mecânica e aeronáutica, representação, comércio e manutenção de aeronaves e demais produtos aeronáuticos, além de desenvolver projetos e equipamentos para os setores civil, militar e policial.

Carlos já percebe a evolução dos negócios desde a oficialização do APL e confia que essa experiência faça o setor crescer em 2023. “As empresas passaram a se comunicar melhor entre si. Novas ideias e novas soluções começaram a surgir.  Conseguimos avançar na otimização de processos e de compras, e juntar esforços na promoção conjunta dos nossos produtos e serviços para os investidores e clientes. Esse trabalho em conjunto traz benefícios para o grupo todo. É natural que haja um crescimento para todos”, diz o empresário. 

A expectativa para a atração de bons negócios para a região aumentou ainda mais através da participação na 7ª Mostra BID Brasil, realizada neste mês de dezembro, em Brasília, principal evento do segmento de Defesa e Segurança no país. O APL de Itajubá se fez presente através de um estande específico, com o objetivo de promover novos negócios para a região, contando com as presenças do Executivo Municipal, instituições de ensino e representantes do setor produtivo. E as perspectivas são excelentes.

“Recebemos visitas de representantes de forças militares estrangeiras, que vão gerar desdobramentos e reuniões em Itajubá no primeiro semestre de 2023. A previsão de crescimento do nosso APL é bastante positiva. Há boas perspectivas para a atração de novas empresas da área aeronáutica”, afirma Fernando Bissacot, Secretário Municipal de Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio.

 Cenário promissor

O setor de Defesa e Segurança é um dos segmentos que podem gerar muitos novos negócios para Minas Gerais. Para ampliar as oportunidades na área, a Invest Minas assinou, em julho deste ano, um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Ministério da Defesa, com o objetivo de desenvolver esse ecossistema com abordagens inovadoras e soluções estratégicas em investimentos, financiamentos e garantias. Em 2021, as exportações brasileiras de produtos e equipamentos de defesa e segurança cresceram 30% em relação a 2020, alcançando US$ 1,7 bilhão.

 “O cenário social e político mundial fez com que a demanda por equipamentos para monitoramento, segurança e defesa aumentasse bastante. É um setor que movimenta cerca de US$ 1,7 trilhão em todo o mundo. Na verdade, trata-se de um segmento presente em muitas cadeias, e nossas empresas reúnem condições suficientes para aumentar a participação neste mercado internacional, tendo o apoio do Governo de Minas para que isso ocorra o mais rápido possível”, ressalta o diretor de Atração de Investimentos da Invest Minas, Ronaldo Alexandre Barquette.