Governo de Minas assina protocolo de intenções para projeto Nova Vila
Instrumento foi firmado com a produtora de ouro AngloGold Ashanti e construtora Concreto, com apoio da Prefeitura de Nova Lima, para valorização histórico-cultural e uso futuro de antiga área de mineração
Publicado: 06/09/2023 14:07 | Atualizado: 22/09/2023 14:06
Divulgação Agência Minas/AngloGold Divulgação Agência Minas/AngloGold

O projeto Nova Vila, promovido pela AngloGold Ashanti e construtora Concreto, com apoio da Prefeitura de Nova Lima, passou a compor o portfólio de projetos da Invest Minas, Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais. A entrada foi oficializada por meio de protocolo de intenções assinado entre o Governo de Minas Gerais, a AngloGold Ashanti e a Concreto. A solenidade de celebração do protocolo ocorreu na tarde desta terça-feira (05/09) no Centro de Memória da AngloGold Ashanti, em Nova Lima. Na ocasião, as autoridades presentes fizeram uma visita à antiga área industrial da mineradora, espaço que vai se transformar no Nova Vila, no Centro da cidade.

O projeto prevê a valorização do patrimônio histórico-cultural e de ressignificação do uso do espaço, atualmente desativado. Como uma iniciativa inovadora de uso futuro de uma área anteriormente dedicada à mineração, o Nova Vila reunirá centros culturais, espaços de convivência, áreas verdes, comércio, serviços, moradias, entre outros. Haverá ainda espaço para a prática de esportes ao ar livre, atividades de educação e economia criativa e também voltadas para a inovação na indústria.

O local conta com mais de 260 mil metros quadrados e compreende o fechamento das antigas Mina Velha e Mina Grande, ativas entre 1834 e 2003. Do espaço total, 25% são destinados a corredores ecológicos e áreas de preservação da Mata Atlântica.

“Temos inúmeras minas no estado, algumas dentro de cidades, como é o caso dessa, mas todas elas com algum tipo de problema no momento do fechamento, em que o que sobra é só a cava. E nós temos condições de transformar essas cavas em riqueza novamente para a cidade porque a cidade continua, e esse projeto pode servir de exemplo para dezenas de outros projetos de recuperação de áreas de minas fechadas daqui em diante”, vislumbrou Professor Mateus. “O Governo de Minas segue empenhado no apoio a iniciativas e projetos que contribuam para o desenvolvimento e melhoria da vida dos mineiros”, complementou.

Para o Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, este projeto é um belo exemplo de como o setor deve caminhar lado a lado com novas práticas que busquem beneficiar cada vez mais o mineiro. “O espaço vai reunir lazer, cultura, gastronomia e ressignificar a área. Tudo isso significa mais qualidade de vida para quem vive aqui. E esta é a nossa verdadeira missão: promover, por meio do trabalho integrado do Governo de Minas, melhorias reais no dia a dia do cidadão. Seja por meio deste belíssimo espaço que poderá ser desfrutado por muitas famílias, ou diretamente por meio da geração de emprego e ampliação de renda. Tudo isso, no fim das contas, se transforma em um ganho imensurável para que vive em Minas.

O diretor-presidente da Invest Minas,  João Paulo Braga, também destaca a relevância do projeto para o Estado. “É inegável a importância econômica da mineração para Minas Gerais. Porém, o fim de um ciclo de exploração mineral não deve deixar como legado um território degradado. A mineração precisa devolver para a população áreas revitalizadas do ponto de vista social e ambiental. Nós acreditamos que essa iniciativa vai materializar aquilo que esperamos como resultado do fim de um ciclo de exploração mineral”, afirma.

Com projeto arquitetônico e paisagístico diferenciado, o projeto prevê a revitalização de mais de 19,6 mil metros quadrados (m2) de estruturas históricas. Também conjuga a valorização do patrimônio, preservação ambiental e a inovação, com construções criadas para respeitar a história local, e com inspiração no conceito de Museu de Território.

 Na avaliação do diretor de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti, Othon Maia, o Nova Vila é uma iniciativa da empresa para a construção de um legado sustentável e efetivo para a comunidade de Nova Lima. “O Nova Vila representa um exemplo único de fechamento de mina com geração de valores sustentáveis em Minas Gerais e no Brasil. Ao mesmo tempo em que permite um novo uso a uma área industrial desativada, oferece lazer, promove o resgate e preservação da memória, valoriza a cultura, e favorece o desenvolvimento socioeconômico”, afirma Othon.

 Atualmente o projeto está em processo de licenciamento junto aos órgãos de patrimônio e ambientais e tem sido amplamente apresentado a representantes da sociedade civil, comunidades, associações e instituições.

 Mobilidade urbana

Entre os diferenciais do projeto, estão também o baixo impacto ambiental e a construção de uma nova via de 2 km de extensão e de uma ciclovia que irá melhorar a mobilidade urbana na área central de Nova Lima. A partir do Nova Vila, passará a haver duas alternativas de escoamento da parte baixa da cidade para chegar ao Centro.

 “Sabemos da importância que essa área tem para Nova Lima, e por isso apostamos em um projeto que preserve o patrimônio histórico ali localizado, ao mesmo tempo em que ofereça uma solução de mobilidade para o trânsito da área central, e ainda seja uma área de comércio, serviços e usufruto da população. É um projeto desafiador, mas cuidaremos de todos os detalhes para que esse seja um grande ganho para o município”, destaca o prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez.

 Toda a obra do Nova Vila será feita de forma responsável com o patrimônio, de forma a valorizá-lo ainda mais, como explica o diretor da Concreto, Miguel Safar Filho. "O grande legado deste projeto será a integração desta área, de altíssimo valor histórico para a comunidade novalimense, realizando um resgate da memória e ressignificando seu uso para catalisar ainda mais o desenvolvimento da cidade".

Ocupação urbana

A ocupação do terreno também foi pensada de forma a minimizar impactos na região. As taxas de ocupação das edificações para moradias, por exemplo, estão muito abaixo do que é permitido no Plano Diretor do município. O índice permitido na região é de 1.7, enquanto o projeto prevê 1.0 para a área residencial.

 Nas demais áreas do projeto, que correspondem a 80% da ocupação, este índice é de 0.6. Isso significa que a área de imóveis residenciais tem uma ocupação menor que a estabelecida pela legislação, além de representar apenas 20% dentro da área do projeto. O empreendimento contempla ainda um parque linear de mais de 39 mil m2 com equipamentos de lazer e espaços de contemplação para visitantes e moradores.